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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

A retomada sutil das feiras-livres (I)

  Nas últimas três décadas, desde que a antiga feira-livre foi transferida do centro da cidade para o Centro de Abastecimento, muito se falou e se escreveu sobre os impactos que a remoção dos feirantes e camelôs provocou na cultura e no comércio da Feira de Santana. À época, artistas, intelectuais e jornalistas se manifestaram contra a medida vendida pela prefeitura como um passo em direção ao progresso. Alegavam, com razão, que a decisão matava parte da cultura feirense, forjada em milhares de feiras semanais que atraíam incontáveis viajantes para o mercadejar frenético. Os anos passaram, os protestos foram abafados pela decisão intransigente da prefeitura, mas o inconsciente do feirense aos poucos foi trazendo de volta a feira-livre adormecida para o centro da cidade. Não suspendeu o trânsito, ocupando ruas e avenidas, ganhou novas nuanças, mas retornou, ainda que sutil. Primeiro os vendedores de roupas e outros produtos ocuparam a rua Recife, que liga a Conselheiro Franco ao Cent

Centro de Abastecimento já necessita ampliação

Uma rápida passagem pelo Centro de Abastecimento (CAF) mostra que o entreposto caminha para a plena saturação de seu espaço físico. Afinal, algumas áreas onde antes o mato crescia preguiçosamente, foram ocupadas por galpões e fardos de feijão e farinha que carregadores transportam num vaivém incessante, contrastando com a freguesia que, calmamente, avalia os produtos expostos. A construção do restaurante popular tornou a situação mais complicada, pois absorveu boa parte do espaço ocioso disponível. O futuro acena, portanto, com a necessidade de se promover a ampliação daquele entreposto comercial. Uma das razões é o crescimento natural do comércio e o maior intercâmbio entre Feira de Santana e as demais cidades da região. Esse processo tende a atrair mais consumidores, elevando o número de pessoas circulando pelos já exíguos e escuros corredores do CAF. Outros fatores, no entanto, vêm contribuindo para adensar a clientela que circula por ali e pelo centro da cidade. Um deles são os

Boas notícias no setor habitacional

Informações divulgadas pela prefeitura dão conta de que o déficit habitacional em Feira de Santana deve se reduzir cerca de 16% em 2010. Uma das razões é o programa “Minha Casa Minha Vida”, que deve entregar 3,7 mil novas residências a feirenses cuja renda familiar não supera os três salários-mínimos. Conforme dados da Fundação João Pinheiro, também citados em matéria disponível no site da prefeitura, Feira de Santana tem um déficit de cerca de 24 mil moradias. Esse déficit representa cerca de 100 mil pessoas vivendo em condições que não podem ser consideradas adequadas. Se a oferta de novas moradias – principalmente para as famílias de baixa renda – se mantiver nos próximos anos com o ritmo previsto para 2010, em cerca de seis anos o município consegue zerar o déficit atual. Durante muitos anos Feira de Santana cresceu muito e de forma totalmente desordenada. Milhares de famílias de migrantes chegavam aqui todos os anos, fugindo das condições precárias de sobrevivência e das secas n

Graciliano Ramos: Orgulho e Esperança

Na próxima quinta-feira, 20 de março, completa-se meio século do falecimento de uma das mais expressivas personalidades da literatura brasileira: o escritor alagoano Graciliano Ramos. Nascido em Quebrangulo, a 27 de outubro de 1892, o “Velho Graça”, como ficou conhecido nos meios literários, estreou tardiamente na literatura, com Caetés (1933). Nos cinco anos seguintes, firmou reputação com o lançamento de três outros romances que o alçaram à condição de maior expoentes da chamada “Geração de 30”, integrada por escritores mais afeitos à temática regional: São Bernardo (1934), Angústia (1936) e Vidas Secas (1938). Sua inserção na corrente regionalista, todavia, representa uma classificação superficial: com seus personagens rústicos, Graciliano freqüentemente transpõe os sertões ignaros e as insignificâncias que preocupam sua fauna, para enveredar em questões mais abstratas que afligem toda a humanidade. E as personagens, aparentemente medíocres, veem-se imersas em turbilhões existencia