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Mostrando postagens de março, 2011

A tragédia e a farsa da passagem de ônibus

Uma das mais célebres frases do filósofo alemão Karl Marx diz que os fatos na história acontecem na primeira vez como tragédia e, na segunda, como farsa. Ele se referia ao golpe de Estado que levou Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão Bonaparte, ao poder na França no distante ano de 1848. Na Feira de Santana, a farsa do aumento das passagens de ônibus acontece todo ano, repetindo a tragédia que a inflação galopante tornou rotina há algumas décadas. A farsa, aqui, sempre ganha algum tempero de originalidade, fazendo jus à alegada criatividade inata do brasileiro. Esse ano, por exemplo, o reajuste não aconteceu durante as festas de final de ano, nem durante a Micareta, quando os feirenses estão em viagem ou militando na folia momesca. Também não houve, por enquanto, jogo de empurra, com o prefeito e o Conselho Municipal de Transporte (CMT) responsabilizando-se mutuamente pelo reajuste, como ocorreu aí há uns dois anos. O golpe agora foi ainda mais baixo. Na pauta do Conselho Municip

O Rio Jacuípe como alternativa de lazer

Um dos maiores consensos existentes na Feira de Santana é de que uma das únicas opções de lazer da cidade são os bares. A constatação é antiga e, em alguma medida, embute o sentimento de inferioridade que o feirense nem sempre admite, mas alimenta em relação a Salvador: enquanto a capital conta com praias e diversos atrativos naturais, além do valiosíssimo, mas pouco preservado patrimônio arquitetônico, a Feira de Santana só tem os olhos d’água que vão se extinguindo juntamente com as lagoas que a voracidade imobiliária consome. Lá nos limites do município, entre muitos mandacarus espinhosos e alguns lajedos, existe o Rio Jacuípe de águas escuras e superfície calma, mas que nunca encheu o olho dos feirenses como alternativa de lazer. Afora alguns freqüentadores assíduos ou moradores das redondezas, pouca gente vai às margens do rio comer o peixe pescado ali mesmo, bebericar uma cerveja e jogar conversa fora. A maioria dos feirenses provavelmente conhece o Jacuípe da mesma forma que os

O Conjunto Penal exige ação urgente

                         Contrariando o que havia na Bahia até recentemente, quando os problemas enfrentados pelo estado eram discutidos de forma velada, nos últimos anos diversas necessidades vem sendo colocadas à mesa para debate, sobretudo na Feira de Santana. A duplicação do Anel de Contorno, a reativação do aeroporto que pouco funcionou, a ampliação da rede hospitalar e a conclusão da obra do “elefante cinza” que é o chamado Centro de Convenções consumiram muita saliva nos meios de comunicação e muita tinta nas páginas dos jornais. São, sem dúvida, obras importantes, mas que não esgotam o conjunto de necessidades do município.             Uma necessidade imperiosa para a Feira de Santana, por exemplo, é a ampliação do Conjunto Penal no bairro Aviário. Muita gente vem sendo assassinada no município, outros são detidos todos os dias por tráfico de drogas ou por crimes contra o patrimônio e a demanda por espaço nas cadeias e unidades penais cresce, embora a oferta permaneça esta

Incertezas da Micareta na semana do Carnaval

As incertezas que cercam a Micareta de Feira de Santana deveriam provocar reflexão dos responsáveis pela organização e dos feirenses de forma geral. Faltando pouco mais de 50 dias para o evento, ainda não se sabe quais atrações vão participar da festa, a licitação para a montagem da infraestrutura vai acontecer somente em meados de março depois de sofrer adiamento e até mesmo a escolha da marca para 2011 mergulhou em uma lambança que parece não ter fim. Para quem observa de fora, fica a imagem de que a outrora gloriosa primeira Micareta do Brasil – isso décadas atrás – é um evento de qualidade duvidosa tocado por estrutura bastante amadora. Não é de hoje que se fala no declínio da maior folia feirense e na necessidade de se promover modificações. Em 2011, no entanto, as coisas parecem piores do que em anos anteriores, já que as notícias ruins não param de se suceder. Sem rodeios, alguns artistas alegam problemas de agenda ou baixo retorno financeiro para não se apresentar. Colocam