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Mostrando postagens de julho, 2011

Analfabetismo em Feira é inferior a dois dígitos

Recentemente foi divulgado o número de analfabetos apurado na Bahia no Censo 2010. A boa notícia é que a quantidade de pessoas com mais de 10 anos que não sabem ler e escrever, no município, pela primeira vez, ficou abaixo dos dois dígitos: 8,6% da população ou, conforme dados do IBGE, 40,7 mil pessoas. A taxa, inclusive, corresponde a cerca de metade do percentual da Bahia, que alcança alarmantes – embora decrescentes – 15,4% ou 1,8 milhão de pessoas com mais de 10 anos de idade. Na comparação com dados dos dois censos anteriores, a Feira de Santana evoluiu: em 1991, existiam 67,1 mil pessoas (21,9% da população nessa faixa etária) que não sabiam ler e escrever e, nove anos depois, em 2000, esse número havia declinado para 50,7 mil ou 13,1% da população. A Bahia também avançou no intervalo de 20 anos, mas os números são mais modestos: havia pouco mais de três milhões de analfabetos em 1991 (35,2% da população), caindo para 2,2 milhões em 2000 (21,6% dos baianos) e, por fim, atingindo

O eloquente silêncio sobre o Centro de Convenções

                      Semana passada o polêmico e inacabado Centro de Convenções em Feira de Santana se tornou notícia novamente: um incêndio atingiu o equipamento e, ironicamente, só não deve ter causado maiores estragos porque a obra encontra-se abandonada há pelo menos quatro anos. Até recentemente, só se tocava no assunto de vez em quando, por falta de assunto ou porque algum deputado da oposição precisa demarcar espaço e justificar-se para seus eleitores. Há alguns dias, enfim, aconteceu o incêndio que resgatou o espaço do ostracismo em que foi mergulhado.             É difícil firmar uma opinião conclusiva sobre a questão: a mais simplória delas sinaliza apenas que o governador não gosta da Feira de Santana e, portanto, resolveu suspender a obra. A oposição – para se valorizar e também para se justificar – alega que a obra não é entregue porque o município é (ou era) governado por um partido adversário.             O inexplicável silêncio do governo estadual é terreno fértil pa

O CIS em meio ao “tiroteio verbal”

Emissoras de rádio, jornais impressos, blogs e sites divulgam, desde a semana passada, os inúmeros capítulos do verdadeiro pugilato verbal travado entre representantes da prefeitura e do governo estadual acerca da frustrada captação de uma empresa de cosméticos para o Centro Industrial do Subaé (CIS). O debate, que deveria ocorrer na dimensão institucional com argumentos estritamente técnicos e – vá lá, com algum conteúdo político – desembestou num bate-boca digno das menos recomendáveis pontas-de-esquina, como se dizia antigamente. Em momentos de destempero verbal como o que se viu, ergue-se uma cortina de fumaça que serve mais para esconder fragilidades e limitações que, propriamente, para esclarecer as questões que são debatidas. A pirotecnia retórica é sempre um excelente recurso quando os argumentos são escassos. Grande parte da discussão se deu em torno de cogitações. Ninguém – nem mesmo a imprensa – questionou a empresa se, de fato, ela tinha intenções de se instalar em Feira de

RMFS foi sancionada. Agora é hora do trabalho...

Finalmente foi sancionada, esta semana, a lei que cria a Região Metropolitana de Feira de Santana (RMFS). Proposto originalmente pelo ex-deputado Colbert Martins, ainda em 1994, o projeto dormitou por quase duas décadas nos escaninhos das conveniências políticas e da morosidade legislativa. Veio à luz agora, referendando um cenário que já existe na prática há, pelo menos, umas três décadas. Embora tardio, pode contribuir para desfazer as amarras que dificultam o desenvolvimento econômico mais acelerado da Feira de Santana e dos municípios do entorno. O mero reconhecimento formal de uma situação através de uma lei não é, no entanto, garantia de que a RMFS vai, de fato, se tornar realidade. É necessária mobilização política para que o cenário institucional previsto para a Região Metropolitana se materialize. Sem isso, os confetes em torno da questão tornam-se apenas meros confetes. Parece óbvio que os prefeitos dos municípios da RMFS precisam se articular politicamente para obter algumas

Violência em Feira: queda ou trégua?

Dados levantados pela Polícia Civil e amplamente divulgados pela imprensa feirense indicam que o número de assassinatos na Feira de Santana caiu nos dois últimos meses, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em abril e maio foram assassinadas, respectivamente, 19 e 24 pessoas, contra 44 e 40 no mesmo período de 2010. Caso seja mantida a tendência atual, em junho o número de homicídios cairá dos alarmantes 40 casos registrados no ano passado. Sinceramente, não é algo que deva ser tão comemorado, cabendo as devidas ressalvas. Primeiro porque a redução se dá sob uma média altíssima. Em 2010, a Feira de Santana ultrapassou o alarmante número de um assassinato por dia. Isso para uma cidade com pouco mais de 550 mil habitantes e que, formalmente, não enfrenta uma situação de guerra civil. O segundo motivo é que essa queda surpreendente não traz explicações alvissareiras. Pelo visto, não se trata de uma melhoria sensível na segurança pública. Tampouco parece ser fruto do êxito das camp

Mobilidade urbana: problema do crescimento econômico?

Durante mais de duas décadas a retomada do crescimento econômico esteve no centro do debate político no Brasil. Lideranças políticas e empresariais, sindicalistas, intelectuais, economistas e trabalhadores engajaram-se em intermináveis discussões à procura do caminho mais adequado para o país voltar a crescer. Embora com várias derrapagens e algumas freadas bruscas – a exemplo da crise mundial que eclodiu em 2008 – o tão desejado novo ciclo de desenvolvimento começou a assumir contornos mais claros a partir de 2005. Desde então os brasileiros mais velhos se deparam com cenários que não vislumbravam fazia tempo: oferta de vagas no mercado de trabalho, demanda elevada por bens e serviços, massificação do acesso a bens de consumo duráveis e até mesmo contínuas viagens aéreas – até mesmo para o exterior – da chamada classe C, que ainda há pouco patinava na classe D. A paternidade desse ciclo de prosperidade foi disputada a tapa nas eleições presidenciais de 2010. De um lado, tucanos reivin