O número de pessoas que
perderam seus empregos formais em janeiro de 2017 mais que dobrou em relação ao
mesmo mês do ano passado. Isso mesmo: há alguns dias anunciou-se que, no
primeiro mês do ano, exatos 513 postos de trabalho haviam sido extintos na
Feira de Santana. Em 2016, quando ninguém achava que a crise estava perto do
fim, foram 240 demitidos além do número de admitidos. Todos esses dados são
oficiais, extraídos do site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em relação a dezembro,
porém, o saldo negativo caiu pela metade: foram 1.031 empregos a menos, no mais
terrível mês para o mercado de trabalho no município. Mês, inclusive, atípico
para tantas demissões. Na comparação, em termos absolutos, a situação segue
dramática, porque o desemprego não verga; mas ainda é cedo para apostar em taxa
declinante, à primeira vista.
Quem mais sofreu em
janeiro foram os comerciários: saldo negativo de 105 postos de trabalho; os
serventes de obra e pedreiros, por sua vez, permanecem na mesma sina: foram
extintos, no saldo, 89 e 71 empregos, respectivamente. No ramo do telemarketing
também houve enxugamento: 66 oportunidades deixaram de existir.
Desde meados de 2014,
já são quase 14 mil empregos formais que se esfumaçaram na Feira de Santana.
São pelo menos 50 mil pessoas, de alguma maneira, afetadas pelo descalabro que
traz consigo a insegurança. Isso sem mencionar, claro, os postos informais que
vão se perdendo também, sem estimativas oficiais confiáveis.
Junho
Ironicamente, o
noticiário, todos os dias, vem martelando que o Brasil, enfim, está saindo da
recessão; que nos próximos dias e meses brotarão indicadores positivos,
resgatando a esperança que o petismo soterrou; e, com as propaladas reformas, o
País finalmente vai mergulhar em uma espiral de crescimento vertiginosa.
O êxtase dos
economistas do mercado financeiro e da imprensa especializada não encontra eco
junto à população. Afinal, a aprovação do controverso mandatário, Michel Temer,
rasteja em quase um dígito. E, apesar de toda a pirotecnia, o cidadão não vê
sua vida melhorar e, por essa razão, não encontra motivos para o otimismo e a
esperança nas reformas traiçoeiras.
Instituições como o
Fundo Monetário Internacional, o FMI, dizem que o desemprego vai crescer até o
mês de junho. E, a partir de lá, em função da elevada capacidade ociosa na
economia, tende a cair vagarosamente ao longo dos próximos anos. A própria
projeção de crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB, não ultrapassa o 1%.
Até as festas
juninas, pelo menos, o cenário com certeza vai continuar funesto. Até lá há,
pela frente, a Semana Santa, feriadões, Corpus Christi e, por fim, o São João.
Tempos de descontração para alguns e de intensas preocupações para outros.
Talvez, em meados de junho, o município alcance o triste recorde de 15 mil
desempregados desde 2014...
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