É
muito positivo o retorno da Tribuna Feirense como jornal impresso. Mesmo que
essa circulação, pelo menos por enquanto, se dê de forma mensal. Afinal, é um
veículo de comunicação com uma trajetória respeitável, iniciada no já distante
ano de 1999. Trata-se, portanto, de uma das mais longevas publicações impressas
da Feira de Santana. E soma-se ao leque de opções que o feirense tem de se
informar, saber das coisas de sua cidade, inteirar-se dos problemas, animar-se
com aquilo que é positivo.
Há
vários anos muita gente profetiza que o jornal impresso, esse de papel,
palpável, cheirando a tinta, está fadado a desaparecer nalguns anos. De fato,
muitas publicações vêm se extinguindo ou reduzindo circulação mundo afora. Mas
os jornais resistem, sustentados pela opção de quem prefere se informar à moda
tradicional, sem o ritmo alucinante da Internet e de suas infinitas
possibilidades e, obviamente, limitações e deformações.
Talvez
o que falte às publicações impressas seja, ainda, se repaginar – sem
trocadilhos – nesses anos em que os meios digitais revolucionaram a vida e,
evidentemente, a forma de fazer e divulgar notícia. Competir com o instantâneo,
o superficial, o banal, o efêmero, transbordante na Internet, não é a melhor
estratégia para se fazer jornal impresso nos dias atuais.
A
leitura do impresso é um processo que implica em mais atenção, mais reflexão,
mais introspecção. Muito diferente do que se lê ali na tela do computador e –
mais recentemente – nos visores dos aparelhos celulares que, a cada geração,
ganham um nome diferente. Nesses aparelhos a leitura e abrupta, distraída,
mecânica, irreflexiva. Talvez isso sinalize para uma diferença fundamental.
Leitores
Intuo
que, lá adiante, muito do modismo que a Internet e suas possibilidades
fomentaram vai refluir, vai ser repensado. Não que preveja, mais à frente, o
retorno do impresso nos seus moldes antigos: longe disso. Mas acredito que o
impresso vai firmar nichos, identificar possibilidades, fixar um público mais
afeito à leitura e aos conteúdos mais elaborados. É o que se aplica também aos
jornais.
Reportagens
bem trabalhadas, que estejam além do factual, do transitório, do momentâneo,
apresentam um potencial que pode ser explorado, como segmento específico. É
claro que as grandes reportagens, as matérias impactantes, estão, hoje, fora de
moda no Brasil. Mas lá fora sobrevivem nos principais jornais. Basta vasculhar
a Internet – suprema ironia – que é possível constatar. No futuro, cenário
semelhante pode se consolidar no Brasil.
É
claro que existem os custos, as dificuldades de financiamento, o declínio no
nível de leitura, todas essas amarras econômicas e culturais que conhecemos e
que desanimam à primeira vista. Mas cultivo certo otimismo, apesar da crise, do
rebuliço político e do emedebismo no poder.
Enfim, todas essas idas e
vindas, esses arrodeios, essa marcha errática do texto – típico daquilo que se
vê no impresso – é para registrar que, particularmente, me sinto muito feliz
com o retorno da Tribuna Feirense. César Oliveira e equipe estão de parabéns
por essa monumental contribuição à mídia impressa feirense e que esse retorno
se consolide como definitivo.
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