Ano
passado o mercado de trabalho na Feira de Santana registrou o primeiro saldo
positivo em quatro anos. Isso mesmo: foi no já longínquo 2013 que no município se
empregou mais do que se demitiu. Desde então – no rastro da vertiginosa crise
econômica legada pelo governo Dilma Rousseff (PT) – só queda livre. As razões
para celebrar, porém, estão mais na dimensão psicológica que, propriamente, nos
resultados concretos: foram gerados apenas 389 empregos, no saldo, ao longo de
2017. Os números são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O
primeiro semestre do ano passado foi tão duro quanto os anos anteriores: saldo
negativo de 884 postos de trabalho. O desempenho veio no rastro do catastrófico
quarto trimestre de 2016, quando os entusiasmados governistas já enxergavam
sinais da “retomada”. Ano passado o cenário só melhorou no segundo semestre –
de julho a dezembro – quando foram gerados 1.273 empregos.
Mesmo
assim dezembro não ofereceu refresco: foram lipoaspirados 56 postos. O mês
anterior, novembro, registrou um dos melhores desempenhos do ano: mais 678
postos de trabalho. As funções de auxiliar de linha de produção (+520),
faxineiro (+229) e técnico de enfermagem (+168) deram a contribuição mais
expressiva para o modesto desempenho em doze meses.
Na
construção civil o cenário permaneceu funesto em 2017, mas com estragos
menores: pedreiros (-232) e serventes (-171) estavam entre as profissões com
saldos piores. Sinal que, embora tenha arrefecido, a paralisia no setor
permanece. Para os motoristas de caminhão a situação também foi ruim: foram
extintos, no saldo, 199 empregos.
7,5 mil empregos
extintos
Em
três anos – de 2014 a 2016 – foram extintos, no saldo, quase 7,5 mil empregos
formais na Feira de Santana. A construção civil, que experimentou um boom expressivo ao longo da década,
alavancada, sobretudo, pelo impulso das habitações populares, foi o segmento
mais afetado. Milhares de pedreiros e serventes – o popular ajudante de
pedreiro – foram os mais afetados.
Sem
perspectiva de ocupação, essa mão de obra foi forçada a migrar para a
informalidade ou se aventurou abrindo o próprio negócio para garantir algum
rendimento. Isso se tornou visível com o aumento de camelôs e ambulantes pelas
ruas da cidade, ofertando uma infinidade de produtos nas calçadas
congestionadas.
O
pior é que a propalada recuperação econômica vai seguir no compasso da crise
política que pode não findar com a eleição de um novo presidente da República
em outubro. E, até lá, há os sobressaltos naturais de uma campanha conturbada,
além das eventuais surpresas acarretadas por novos escândalos de corrupção.
O fato é que o País se
equilibra no fio da navalha. Os números do emprego – apesar de todo o
estardalhaço que cerca a divulgação de resultados pífios – reforçam essa
percepção. Para o otimista resta o conforto de que, pelo menos por enquanto, a
situação parou de piorar.
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