Em
setembro foram gerados 232 empregos formais na Feira de Santana, no saldo entre
admissões e demissões. É o que indicam números do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). No mês anterior, agosto, foram mais 70 vagas. Os dois últimos
meses cujos números estão disponíveis, portanto, indicam uma trégua na escalada
da extinção de postos formais de trabalho no município. Os dados referentes aos
próximos meses sinalizarão se, efetivamente, se chegou ao fundo do poço. Mais:
se faz sentido realmente falar em retomada.
No
ano, até setembro, o desempenho é negativo: -687 no saldo entre admissões e
demissões. Mesmo assim, é muito melhor na comparação com o mesmo período dos
dois anos anteriores: em 2016 foram 4.289 empregos a menos e, em 2015, quando a
crise se irradiou de forma avassaladora, foi muito pior: -5.182.
Em
tese, há motivos para otimismo porque os números apontam para uma reversão na
trajetória do desemprego a partir do segundo semestre. É que, até junho, o
saldo era negativo em 887 postos; desde então, declinou para os já mencionados
-687 empregos. Entre julho e setembro, o saldo é favorável em 197 oportunidades.
Trata-se
do melhor desempenho desde 2014. Naquele ano – cujo último trimestre marcou o
início da crise – o saldo foi favorável nos três primeiros trimestres do ano:
477 empregos até setembro. Resta saber, a partir daqui, se o ritmo da economia
feirense permitirá reverter o saldo negativo até o final do ano.
Fundo do poço
A
interpretação cabível – sobre o município e, também, sobre o país – é que o
cenário, momentaneamente, é de estabilidade: parece que se chegou ao fundo do
poço. Porém, apostar na aguardada retomada ainda é prematuro. Sobretudo porque
a instabilidade política tende a se estender, no mínimo, até 2019, com
potenciais reflexos sobre a atividade econômica.
Se
aposta que o Natal será mais farto – ou menos magro – que nos anos anteriores. É
o que noticia a imprensa, captando expectativas de empresários e consumidores.
Caso haja, de fato, maior dinamismo, a tendência é que mais trabalhadores
temporários sejam contratados, revertendo o saldo negativo do ano na Feira de
Santana.
A
reforma trabalhista promovida pelo emedebismo – que entrou em vigência no
sábado (11) – tende a produzir números mais favoráveis, em função das regras
mais frouxas adotadas. Em que pese a evidente perda da qualidade do emprego,
haverá ampliação na oferta de vagas, sobretudo na controversa modalidade
intermitente. Isso já vai se refletir sobre o balanço de final de ano do
mercado de trabalho.
A retomada do emprego, no
entanto, não depende apenas de fatores econômicos. A solução da complexa crise
política na qual o Brasil mergulhou vai ser determinante para o fim da
recessão. Infelizmente, nada sinaliza que, a partir de 2019, depois as eleições
presidenciais, o problema se resolva. Ao contrário: permanecem os riscos de
novos e imprevisíveis acontecimentos.
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