Apesar
da recessão que se abateu sobre a economia brasileira a
partir do último trimestre de 2014, há exatamente três anos, a frota feirense
experimentou uma expansão de 3,7% em 2016, na comparação com 2015. Os números
são do Departamento Nacional de Trânsito, o Denatran e estão disponíveis no
site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Apesar da
variação positiva, num contexto de crise econômica, o ritmo vem em declínio
desde o início da década, quando foram ampliados os incentivos ao setor
automotivo.
Em
2015 – quando a crise se aprofundou – a expansão foi de 6,1% em relação a 2014;
naquele ano, comparando com 2013, a taxa tinha sido mais robusta: 7,5%; em
2013, na comparação com o ano anterior, o salto foi de 8,6%; e, no melhor desempenho
da série – 2012 em relação a 2011 – o salto foi de impressionantes 10,1%. Foi
justamente nesse ano que o governo reduziu impostos, alavancando a aquisição de
veículos pela população.
Em
2016 a frota feirense totalizava 252,6 mil veículos. Desse total, se sobressaem
os automóveis (112,9 mil) e as motocicletas (72,8 mil). Bem mais distantes
estão as motonetas, com 18,8 mil unidades em circulação pelo município.
A
frota de caminhões vem crescendo de forma lenta, o que provavelmente reflete os
duros anos de aguda crise econômica. Ano passado, eram 8.987; três anos antes,
em 2013, alcançavam 8.476 unidades. Um acréscimo modesto, portanto, de pouco
mais de quinhentos caminhões. Como se trata de um veículo usado na atividade
econômica, as aquisições refletiram mais intensamente a crise dos últimos anos.
Engarrafamentos
Embora
a frota venha crescendo, os engarrafamentos se tornaram menos constantes na
Feira de Santana e também em outras cidades. É que, com a crise, muita gente
passou a utilizar o automóvel com menos frequência, sobretudo em função da
elevação dos preços dos combustíveis. Outros, com a renda em declínio, também optaram
por deixar mais o carro na garagem, também para evitar elevação de custos.
O
cenário tende a se manter no médio prazo. Afinal, o nível de emprego e de
rendimento vai demorar anos para alcançar os patamares que antecederam a crise.
Os preços dos combustíveis, por sua vez, permanecerão inibindo a utilização de
veículos para aquilo que não seja essencial. É essa realidade que vem reduzindo
o volume de automóveis em circulação.
Um
freio adicional é a retração na própria aquisição de veículos. As isenções
irresponsáveis produziram rombos bilionários nas contas públicas, que
permanecem escangalhadas; não há margem, portanto, para nova fornada de
incentivos. Aparentemente, expansões de frota produzidas por incentivos do
gênero estão descartadas pelos próximos anos.
O fato é que a frota
feirense se expandiu, embora a um ritmo inferior à dos anos de prosperidade
irracional. Não deixa de ser uma notícia positiva – pior seria ocorrer uma
queda – embora as expectativas se voltem, agora, para a prometida retomada,
cujos primeiros reflexos, em tese, devem ser sentidos neste 2017.
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